26 de setembro de 2010

A posição das principais religiões sobre a doação de órgãos


Todas as religiões têm em comum os princípios da solidariedade e do amor ao próximo que caracterizam o ato de doar. Todas as religiões deixam a critério dos seus seguidores a decisão de serem ou não doadores de órgãos.

Dia 27 de setembro é o dia Nacional de doação de órgão e tecidos.

Você sabe porque as Religiões são a favor da doação? Simples. Por dois grandes motivos: primeiro, claro, salvam vidas; o segundo, a doação de órgãos vitais só ocorre quando os doadores estão mortos, sem vida.



Veja a seguir a resposta de diferentes reponsáveis das religiões ou denominações à pergunta "É a favor ou contra a doação de órgãos ou sangue de um ser-humano em benefício de outro?" feita através do site www.eDeus.org:


ESPIRITISMO
Está inteiramente de acordo, pois o Espiritismo caminha com a ciência e estas conquistas científicas são favoráveis à vida. A vida no mundo físico é necessária ao aperfeiçoamento dos seres, por isso, é o patrimônio mais precioso da alma, segundo a Doutrina Espírita, porquanto lhe possibilita desenvolver a inteligência, passar pelas provas, corrigir seus erros anteriores, cumprir sua missão presente, etc. No mais, o Espiritismo considera o corpo, depois da morte física, como uma roupa, que não podendo mais ser usada pela alma que partiu, pode, em parte, ter utilidade para outra que permanece neste mundo, como consequência natural da Lei do Amor.

IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS - MÓRMONS
Nós somos plenamente a favor quando da possibilidade de um ser-humano ajudar ao outro.

JUDAISMO
Em benefício do outro e em benefício em salvar a vida do outro, sim. Agora, se para o fim da pesquisa ou quaisquer coisas abstratas, não. Se o médico avisa que através daquela doação ou transfusão poderá salvar alguém, a resposta é sim do Judaísmo.

ISLAMISMO
O Islam é a religião da misericódia e pede e incentiva as pessoas para ajudarem os irmãos deles que necessitam mesmo da doação de órgãos e sangue, mas desde que essa doação não prejudique o doador e não passe a ser para fins lucrativos.

TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
A mídia, tanto no Brasil como no exterior tem falado muito a respeito da recusa das Testemunhas de Jeová em aceitar transfusões de sangue, algumas vezes de forma séria, mas na maioria das vezes de forma sensacionalista. Segue uma explanação de nossas crenças sobre o assunto.
Em várias ocasiões, o criador apresentou na bíblia a proibição do uso do sangue (Gênesis 9:4; Atos 15: 28,29). Em conformidade com isto, a Testemunhas de Jeová evitam o uso sangue em qualquer circunstância, inclusive em transfusões e na alimentação.
Convém deixar claro que não acreditamos em "curas milagrosas", e em caso de doença, não hesitamos em fazer uso dos recursos da medicina moderna e não recusamos os vários tratamentos alternativos que não utilizam sangue. De fato, virtualmente todo tipo de intervenção cirúrgica pode ser realizado sem o uso de sangue, desde que sejam utilizadas as técnicas adequadas (poderei falar sobre isto mais extensivamente se necessário). Tal atitude tem contribuído entre outras coisas para a saúde e recuperação mais acelerada dos membros de nossa organização que tem tido a necessidade de se submeter à intervenções cirúrgicas, já que tais tratamentos alternativos não colocam a pessoa sob o risco de contrair doenças transmissíveis por transfusão de sangue contaminado, como hepatite, sífilis, AIDS, e várias outras. Tais tratamentos são tão bem sucedidos que se tornou uma ocorrência comum em vários países pessoas que não são Testemunhas de Jeová se apresentarem em hospitais como sendo Testemunhas de Jeová para que recebam tratamento sem transfusão de sangue.
Ao passo que a bíblia é bastante clara no que diz respeito ao sangue, não traz nenhuma orientação específica quanto a utilização de outros tecidos do corpo humano, de forma que doar seus órgãos ou receber órgãos em transplantes é uma decisão que cada pessoa terá de tomar segundo os ditames de sua consciência.

CATOLICISMO
O transplante aparece pela primeira vez na belíssima metáfora bíblica (Gn. 2, 18). Muitos argumentam contra a doação de órgãos tendo em vista conceitos religiosos que chegam ao extremo de considerar um doador como um mutilado para entrar no Reino dos Céus, mas seria mais fácil entrar nos céus para quem doar uma parte de si para o irmão. Porque com a morte tudo se decompõe e vem devorado pelos vermes do nosso corpo e em pouco tempo, nada mais restará. Assim sendo, melhor seria entregar parte do nosso corpo a quem dele melhor poderá se beneficiar. No nosso corpo estão células cujo os átomos foram um dia com certeza parte de bois, cavalos, porcos, árvores e arbustos, e parte de outros seres humanos, cuja substância atômica-molecular se desfez para se tornar parte de outros seres, no permanente ciclo vital da natureza. Só a minha realidade pessoal é absolutamente única. Eu nunca fui ninguém, nunca serei ningúem, exceto eu mesmo.

IGREJA PRESBITERIANA
Completamente a favor.

RELIGIÃO DE DEUS
A própria palavra doar nos leva a concluir que para exercitá-la é preciso que haja desprendimento de alguma coisa. Somos plenamente favoráveis à doação de sangue, contudo jamais devemos condenar os que assim não pensam. Quanto à doação de órgãos, vamos recorrer a uma importante matéria publicada na Revista "Jesus Está Chegando", publicação mensal da Religião de Deus. Transcrevemos a matéria na íntegra:
"Agora, por determinação da Lei, todo cidadão brasileiro deve, de pleno juízo, manifestar sua opção acerca da possível doação de seus órgãos, a qual ocorreria no caso da constatação do falecimento do seu corpo físico, ou ainda em condição diagnosticada clinicamente como morte cerebral.
A polêmica em torno do assunto persiste. Na mesa de discussões, razões de ordem ética, religiosa ou de foro pessoal geram as mais diversas opiniões e restrições sobre o assunto.
Há quem argumente que pessoas mal-intencionadas poderiam aproveitar-se da situação para incrementar o comércio de partes do corpo humano, um ato criminoso e abominável que, infelizmente, ocorre na clandestinidade, conforme a imprensa noticia vez por outra.
O sentimento familiar também é levado em alta consideração. Nenhum hospital tomou a iniciativa de retirar um órgão de uma pessoa morta para transplantar para algum receptor, sem antes consultar os parentes.
O parâmetro ideal a ser seguido, antes de qualquer conclusão, deve ser o que invoca a Lei da Solidariedade Universal, à Luz do Novo Mandamento do Cristo: Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser conhecidos como meus discípulos. (...) Ninguém tem maior amor do que este: dar a Vida pelos seus amigos (João,13:34 e 35 e 15: 12, 13 e 17).
A seguir, palavras inspiradas na mensagem irrestritamente ecumênica da LBV e da Religião de Deus, escritas por um Legionário da Boa Vontade, que certamente serão úteis àqueles que na sua intimidade buscam uma resposta para essa posição tão importante que deverão adotar em função da Lei e, acima de tudo, perante sua própria consciência.
Na hora da decisão, buscar inspiração do Alto.
Disse Paulo Apóstolo, em sua Primeira Epístola aos Coríntios, 13: 3: "Ainda que eu distribuísse toda a minha fortuna para o sustento dos pobres e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria".
Deus criou as Leis Eternas de condução das humanidades ao longo de sua evolução e não desampara os que agem dentro da Lei do Amor que é Caridade. Mesmo na ignorância do verdadeiro sentido da Vida Espiritual, que responde todas as questões humanas, o Pai Celestial protege os que são impulsionados pela caridade e pelo desejo de ajudar os que sofrem.
Hoje, o amadurecimento humano no campo da Espiritualidade e, portanto, da Fraternidade, torna compreensível o desejo de um ajuste coletivo sobre um passado sombrio, cheio de violências e crueldade, registrado nas páginas da História.
O próprio Jesus comentou sobre esse pesado tributo, dizendo:
"Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus" (Evangelho do Cristo, segundo Mateus, 22: 21).
O entendimento da Humanidade sobre as questões espirituais é lento, não interessando o escândalo aos de "dura cerviz", ou seja, aos tardos de entendimento sobre a natureza material e espiritual de todas as coisas.
Entretanto, quem já tem uma compreensão mais aflorada acerca das Leis Divinas deve agir de acordo com seus sentimentos. Ninguém será condenado por doar ou não doar seus órgãos, pois se a lei humana não o faz, quanto mais a Lei Divina.
A bússola perfeita que leva ao caminho certo é, sempre, a voz da consciência, a voz de Deus. Mas aprender a ouvi-la, dentro do burburinho do mundo que invade nossa Alma, é uma arte sutil, ensinada aos que sabem entrar no silêncio, aos que aprendem, neste silêncio, abrir os ouvidos da Alma, mesmo na agitação dos sentimentos e diante da complexidade da vida terrena.
Só assim, nesta sintonia elevada, tríplice, a sintonia do Bom Pensamento, da Boa Palavra e da Boa Ação, e na prece fervorosa, saberemos que decisão tomar, a qual, com certeza, será a melhor para a circunstância."

UMBANDA E CANDOMBLÉ
A Umbanda e o Candomblé são a favor da doação de órgãos ou sangue porque são práticas sustendadoras da vida de quem necessita de um órgão ou de sangue para continuar vivendo. Se a medicina alcançou essa evolução no conhecimento científico, isso atende a uma vontade do próprio Criador, que facultou ao homem a obtenção de meios para preservação da vida.
Quanto ao doador, se ainda está vivo e consciente, só deverá doar o que não lhe fizer falta para a manutenção de sua própria vida. E se "morreu", já não precisará do seu corpo carnal porque sua realidade de vida agora é espiritual e dispensa esse recurso, que é o corpo físico.

IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA
Somos totalmente a favor. Não é à-toa que na maioria dos nossos encontros nacionais ou regionais, nós realizamos campanhas de doação de sangue.
Ah! Mas alguns poderão perguntar: e no dia da ressurreição? Naquele dia todos receberão um novo corpo purificado.

ASSEMBLÉIA DE DEUS
Não temos nada contra a doação de órgãos, se há uma necessidade, e é para salvar a vida de outra pessoa, somos à favor.

IGREJA BATISTA
Nosso pastor senior acabou de fazer um transplante de coração. Isso responde, não?

BUDISMO
Os transplantes ou as doações de órgãos na maioria das vezes se tornam uma forma de comércio. Usa-se dinheiro para se comprar órgãos e para se vender órgãos e geralmente muito dinheiro é utilizado transformando a vida humana em mercadorias e isso, segundo o Budismo, é uma falta de respeito em relação à vida. Algumas pessoas que estão vivas e com saúde colocam anúncios nos jornais oferecendo órgãos para vender com o objetivo de enriquecerem. O corpo humano se torna uma mercadoria. O respeito à vida é um dos mais importantes e sagrados ensinamentos do Budismo.

SEICHO-NO-IE
A Seicho-No-Ie procura observar fielmente a Constituição de cada país, de forma que se ela determina a doação, as pessoas deverão observar esse mandamento. Por ser a doação um ato de amor ao próximo, a Seicho-No-Ie não poderia ser contrária. Mas antes de tudo, as pessoas devem procurar preservar cada órgão e mantendo uma mente de gratidão pelo funcionamento perfeito de cada órgão. Caso a pessoa tenha de receber um órgão em doação, deve também receber com muita gratidão, à pessoa que doou e ao órgão recebido, pois, essa postura diminui sobremaneira os casos de rejeição, que são muito comuns no processo de transplante.

HARE KRISHNA
Se pode-se ajudar alguém, por que não? É um dever ajudar alguém se há a possibilidade, sendo doando órgãos, sangue, esticando a mão para alguém que se afora... vale tudo para ajudar.

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