28 de janeiro de 2010

O uso do desfibrilador exige pessoa treinada para o atendimento

Leve e de fácil manuseio, o desfibrilador, quando usado com presteza, aumenta em até 75% as chances de salvamento das vítimas de problemas como parada cardiorrespiratória súbita, causada pelo tipo mais severo de arritmia na freqüência cardíaca – fibrilação ventricular, em linguagem técnica. Em tais situações, a corrida é contra o tempo. Quanto mais rápido for o atendimento, menores são os riscos de o músculo cardíaco (e o resto do organismo) sofrer as seqüelas decorrentes da falta de sangue.

Desde o momento da parada, a cada sessenta segundos as chances de salvamento caem cerca de 10%. Por isso, o uso do desfibrilador é essencial nos primeiros instantes da parada cardiorrespiratória. Ao disparar choques elétricos cuja intensidade pode chegar a 360 joules – o equivalente ao impacto no peito de uma bolada de 150 quilômetros por hora –, a máquina faz com que o coração volte a bater em seu ritmo normal.



Um pequeno equipamento de desfibrilação automática (DEA) da linha CMS da Philips Medical Systems permite que pessoas comuns salvem vítimas de parada cardíaca.


Cerca de 160.000 pessoas morrem anualmente no Brasil vítimas de distúrbios que resultam numa parada cardiorrespiratória súbita. Delas, 95% não conseguem nem chegar ao hospital. Até meados da década de 90, os desfibriladores eram equipamentos de uso exclusivamente hospitalar. Com o avanço da tecnologia, foram desenvolvidas máquinas menores, fáceis de transportar e, sobretudo, de utilizar.


Em setembro de 2007, a agência americana de controle de remédios e alimentos, a FDA, autorizou a venda de desfibriladores em farmácias e grandes redes de supermercado. Assim que o estojo do desfibrilador é aberto, um comando de voz indica passo a passo o que fazer. Primeiro a máquina analisa a atividade cardíaca da vítima. Se não for detectada uma fibrilação, o comando de voz desaconselha o uso do aparelho. Do contrário, a pessoa é instruída a acionar o botão que dispara o choque no coração.


Os americanos compram, em média, 35.000 desfibriladores desse tipo por ano. No Brasil, as vendas anuais não ultrapassam as 100 unidades – cada uma sai por 10.000 reais, em média. A maioria das máquinas foi adquirida por clubes recreativos, condomínios residenciais, empresas de grande porte (geralmente multinacionais), companhias aéreas e times de futebol, como o Corinthians, Palmeiras e o São Paulo. Entre as pessoas físicas, pode-se contar nos dedos o número de proprietários de um desfibrilador.


"O desfibrilador é importante, mas não pode se transformar numa neurose a ponto de cada um querer ter o seu", diz o médico Milton Glezer, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Estudos da Associação Americana do Coração indicam que o ideal é que haja desfibriladores disponíveis em lugares com grande concentração de gente, na proporção de um aparelho para cada 2.000 pessoas.


Trata-se da melhor relação custo-benefício, visto que, numa concentração desse porte, o risco de ocorrência de um problema cardiorrespiratório é de um a cada três anos e oito meses. É nesse cálculo que se baseia a maioria das legislações sobre a obrigatoriedade de desfibriladores em locais públicos.


É essencial que, além do desfibrilador, esses locais contem com uma equipe de funcionários treinada para atender casos de parada cardiorrespiratória súbita. Um shopping center, por exemplo, poderia treinar seus seguranças. Em quatro horas, em média, é possível aprender como reconhecer um distúrbio cardiorrespiratório e quais as manobras que devem ser executadas enquanto o desfibrilador não é acionado ou caso ele não surta efeito, como a massagem cardíaca. É importante frisar que essas medidas não têm o poder de reverter por completo uma fibrilação. Elas apenas mantêm a circulação e a oxigenação do coração até a chegada de um socorro mais especializado.

Fonte: Veja  |  Reportagem: Assessoria/Bombeiros - MT 

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1 comentários:

desfibriladores disse...

Interesante! Saludos

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