16 de março de 2010

As bactérias que nos mantém saudáveis

Milhares de bactérias, fungos e outros micróbios que vivem na nossa flora intestinal têm uma função essencial para nos mantermos saudáveis. Para além de eliminarem toxinas, ainda produzem vitaminas e aminoácidos, e formam uma barreira.

©iStockphoto.com/Henrik Jonsson
Um estudo publicado na última edição da revista 'Nature' mostra que, em 3.3 milhões, genes microbianos existentes nos intestinos superam em larga escala o número estimado para o corpo humano. Cientistas do Laboratório Europeu de Biologia Molecular (EMBL), em Heidelberg (Alemanha), em colaboração com o projecto MetaHIT e colegas chineses do Instituto Genómico de Pequim, estabeleceram um gene referencial para o intestino do microbioma humano, através de uma espécie de catalogação.

O trabalho mostra que podem ser usadas técnicas confiáveis para sequenciar amostras ambientais, e permitindo compreender melhor como manter o equilíbrio microbiano. “Saber que combinação de genes é necessária para preservar o equilíbrio dos micróbios que prosperam no nosso intestino, permite-nos usar amostras de fezes, uma forma de análise não-invasiva, como medida de saúde”, explicou Peer Bork, do grupo EMBL.

Segundo este investigador, “Um dia poderemos tratar alguns problemas de saúde, através de um iogurte que contenha a bactéria certa na sua fabricação”. Recorde-se que já existem iogurtes com ‘bífidus acivo’ que permitem obter uma melhoria da digestão e do funcionamento do intestino, alterando a flora intestinal de modo a preservar o equilíbrio bacteriano.
O catálogo de genes microbianos acostados pelo intestino humano também será útil como uma referência para futuros estudos, com o objetivo de investigar as relações entre a constituição genética das bactérias e doenças específicas ou o estilo de vida das pessoas, tais como a dieta praticada.

Para obter o quadro completo dos genes de microbianos presentes no intestino humano, a equipe de Bork centrou-se no campo da metagenômica (área científica recente e em grande desenvolvimento que consiste na análise de genomas); para isso, os investigadores recolheram amostras ambientais que pretendiam estudar e das quais queriam sequenciar o material genético. Eles foram os primeiros a empregar um método chamado ‘Illumina’ sequenciação metagenômica, dissipando dúvidas anteriores sobre a viabilidade da utilização desta técnica para tais estudos.


Bactérias sobreviventes
Do ponto de vista bacteriano, o intestino humano pode não ser o melhor lugar para morar, com um pH baixo, pouco oxigênio e luz. Além disso, têm de desenvolver meios para sobreviver aos desafios do ambiente onde se encontram, precisamente um dos pontos que este estudo tenta desvendar.

A equipe de investigação conseguiu identificar os genes que cada bactéria precisa para sobreviver no intestino, assim como os que são necessários para a comunidade (de bactérias) se desenvolver; mas não terá de acontecer da mesma forma com todas: se uma precisar produzir um determinado composto, outra poderá não precisar de fazê-lo.

Este avanço pode explicar outra das conclusões a que chegaram os cientistas, nomeadamente que o intestino microbiano de diferentes seres humanos são mais semelhantes do que se pensava: parece haver um conjunto comum de genes em pessoas diferentes, provavelmente porque conseguem assegurar determinadas funções. No futuro, os investigadores querem tentar perceber se a mesma espécie ou diferentes bactérias contribuem para estes genes em diferentes seres humanos.

fonte: CienciaHoje 
  

Visitantes que já leram este artigo:

0 comentários:

Postar um comentário

Gostou do que encontrou aqui?
Comente este artigo que acabou de ler.
- Se o seu comentário for relacionado ao post, tenha certeza de que o leu.
- Se precisa de ajuda, procure deixar o máximo de informação possível.
- Todo comentário obsceno, ilegal, ofensivo, escrito todo em maiúscula, contendo gírias em excesso ou estritamente publicitários, serão "apagados".
- Somente inclua links no comentário se ajudar a explicar o seu comentário.
- Não peça para adicionar ao MSN.
- Spam não será tolerado.

 

©2009 Navegando e Aprendendo com a Enfermagem | Template adaptado de TNB

Web Statistics