12 de junho de 2010

Síndrome do «Bebê Sacudido» aumenta durante recessôes


Os efeitos do stress devido à flutuação da economia, da precariedade laboral, do desemprego e das finanças pessoais leva a que a população fume cada vez mais e ingira mais álcool, para além de se tornarem mais depressivos e desenvolverem doenças relacionadas com o stress. Entretanto, uma equipe de investigadores, liderada por Rachel Berger, médica pediatra do Children's Hospital of Pittsburgh (EUA), reportou um aumento significante de casos de crianças com síndrome de «Bebé Sacudido», onde os mais pequenos são violentamente agitados por um adulto desde que começou a actual recessão.

Shaken Baby Syndrome

ilustração: 'Child Abuse and Exploitation. Investigative Technics' do U.S. Department of Justice
A síndrome do Bebé Sacudido refere-se a lesões cerebrais resultantes de agitações fortes num lactente ou criança pequena e atinge o tórax, ombros ou extremidades, causando a aceleração rotacional craniana extrema. É caracterizada por hemorragias intra-cranianas e intra-oculares sem trauma externo evidente.
O problema atinge principalmente as crianças com menos de cinco anos, especialmente os lactentes, nos primeiros 18 meses de vida, quando o organismo do bebê está em pleno desenvolvimento. Os nervos e vasos sanguíneos são mais frágeis, assim como as estruturas do pescoço. Os casos críticos podem resultar em morte.
Outras conseqüências são:
  • cegueira ou lesões oftalmológicas
  • atraso no desenvolvimento
  • convulsões
  • lesões da coluna vertebral
  • lesões cerebrais

Na pesquisa a equipe de cientistas analisaram 512 casos de traumas cranianos em centros para crianças, em quarto hospitais (em Pittsburgh, Cincinnati, Columbus e Seattle), e descobriram que o número de situações tem aumentado para 9,3 por mês, desde Dezembro de 2007, comparativamente 6 por mês (valor que se mantinha desde 2004).

Os investigadores explicaram que este aumento está correlacionado com a ruptura econômica e que os fatores de stress estão causando a redução de recursos de serviço social para prevenir e combater o abuso infantil, nos Estados Unidos. Contudo, Berger destaca no estudo uma associação e não uma relação de causa e efeito, entre a recessão e a incidência de bebés sacudidos.
Cabeça é onde crianças sofrem mais agressões
Lesões cerebrais
Mas os resultados não deixam de salientar que qualquer circunstância stressante – tragédia familiar, desastre natural ou queda financeira – pode levar as pessoas ao limite. Por exemplo, em 1999, após um devastador furacão ter atingido as regiões do leste da Carolina do Norte, os investigadores da University of North Carolina, descobriram que em seis meses pós-furacão, a taxa de lesões cerebrais causadas por abuso de criança aumentou cinco vezes mais. Nas regiões não afetadas do estado, não houve qualquer desenvolvimento em tais casos. A médica pediatra apela para que não se retire os apoios às famílias, especialmente nesta altura.

Vídeo da Children's Trust Fund (legendado pelo Instituto Zero a Seis) sobre Prevenção da Síndrome do Bebê Sacudido



fonte: CienciaHojePT/ObservatoriodaInfancia

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