Assim como maiôs, biquínis e sungas, os óculos escuros estão entre os acessórios que as pessoas mais gostam de adquirir quando chega a temporada de sol, que se estende até março. Seja para estar na moda, seja porque os óculos atuais estão desgastados, é preciso ter um mínimo de informação para não investir num artefato que pode prejudicar a visão, ao invés de proteger contra os raios ultravioleta, agressivos aos olhos.
De acordo com o doutor Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, óculos de sol sem boa procedência não oferecem garantia de proteção UV, não passam por tratamento antirrisco, antirreflexo ou polarização. Tem mais: a irregularidade da superfície das lentes pode causar desconforto visual, dor de cabeça e astigmatismo – deformidade da córnea que torna a visão desfocada para perto e para longe.
“Desconfie das lojas que oferecem óculos de sol a preços populares, porque as lentes podem não ser de boa procedência. Por consequência, fuja das bancas de camelôs e tome cuidado dobrado ao comprar via internet. Nesse caso, explore todo o site, a qualidade dos produtos que oferece e, inclusive, os testemunhos de quem comprou antes de você. É importante que o acessório tenha o selo holográfico da Abióptica, que garante sua procedência”, diz.
Na opinião do médico, o uso de óculos de sol é, antes de tudo, uma questão de prevenção. “Com o nível de informação globalizada que temos hoje em dia, as pessoas não deveriam sair de casa sem antes passar protetor solar e colocar bons óculos de sol, mesmo em dias nublados. A escolha correta dos óculos escuros é tão decisiva para a saúde dos olhos que é mais prejudicial usar essas réplicas ilegais de marcas famosas do que não usar nada”.
A exposição aos altos índices de UV, de acordo com o oftalmologista, também provoca degeneração macular – doença que afeta a parte central da retina, membrana posterior dos olhos onde as imagens são transmitidas para o nervo óptico. A doença é mais comum em pessoas de olhos claros e também pode estar relacionada às alterações na circulação, que matam as células da retina. Ainda não existe tratamento eficaz para alterações retinianas. Por isso, a prevenção com lentes protetoras ainda é o melhor remédio.
Outra dica do especialista é não comprar por impulso. “Nesses casos, quem toma decisões rápidas, adquirindo um par de óculos somente porque combinou com o visual do momento, quase sempre acaba se arrependendo. Geralmente, a pessoa acaba percebendo tarde demais que os óculos são pesados, ou pequenos, ou grandes, ou coloridos demais para seu rosto. Por isso, é preciso que a compra seja realizada com tempo e com cautela, levando em consideração também suas características pessoais”.
A cor de lente certa para você
“Na hora de escolher seus óculos de sol, evite as lentes pretas, dando preferência a uma cor que favoreça suas atividades e sua visão”, diz Renato Neves – que indica as mais usadas:
Cinza – São usadas para várias atividades, fazendo com que o usuário sinta-se à vontade e confortável.
Ãmbar e castanho – São indicadas para dirigir, já que oferecem uma boa noção de contraste e profundidade.
Verde – As lentes verdes filtram pouca luz azul, mas oferecem melhor visão de contraste. É a cor mais adequada para a população acima dos 60 anos, período em que começamos a perder a visão de contraste.
Púrpura – São a melhor opção para quem pratica esqui ou caça, porque aumentam a visão de contraste em ambientes com fundo azul ou verde.
Amarela – As lentes amarelas bloqueiam a luz azul e reduzem o ofuscamento de motoristas no lusco-fusco do entardecer. Entretanto, são inadequadas durante o dia, já que reduzem a visão de contraste em ambientes com muita luminosidade.
Sete dicas para proteger a visão das crianças
Muitos pais ainda negligenciam a visão de seus filhos. Pior ainda: há quem compre para as crianças óculos de plástico baratinho, que, além de não proteger contra os raios ultravioletas, ainda podem acabar prejudicando a visão e acarretando dor de cabeça e mal-estar. Estudos revelam que esse descuido também pode aumentar o risco de desenvolverem catarata e degeneração macular com o tempo. Renato Neves aponta sete dicas para acertar na escolha dos óculos de sol infantis:
Não negligencie a visão do seu filho. Invista em óculos de sol com 100% de proteção UV;
Confira se os óculos de sol se ajustam perfeitamente ao rosto da criança. Para que ela sinta-se confortável, é preciso não apertar demais nem ter de ficar segurando os óculos com receio de caírem;
Seja paciente. Crianças podem levar um pouco mais de tempo do que os adultos para se adaptarem à novidade. Depois vão adorar;
Opte por lentes mais resistentes a quedas e riscos. O objetivo principal é proteger os olhos sem limitar os movimentos da criança;
Se a criança pratica esportes ou costuma brincar de correr com os colegas, considere armações apropriadas, que são presas à nuca;
Crianças que usam óculos de grau devem ter também a prescrição de um modelo similar de sol;
Adolescentes que fazem uso de lentes de contato não precisam de receita para comprar óculos de sol, mas devem usar ambos em lugares abertos.
fonte: bemParana
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