15 de fevereiro de 2010

Enxaqueca não é só dor de cabeça



Pesquisa confirma que a enxaqueca está associada a um maior risco de doença vascular. 
A enxaqueca faz parte da vida de uma em cada cinco mulheres e é três vezes menos comum entre os homens. Por ser tão comum e por ser geneticamente herdada, há uma tese de que ela deve corresponder a uma vantagem da espécie humana construída ao longo da evolução, como se fosse um alarme que faz doer a cabeça quando estamos expostos a situações que não combinam com a preservação da espécie (ex: privação de sono, jejum prolongado).

Por conta desse alarme, existe uma crença de que as pessoas com enxaqueca tenham um estilo de vida mais saudável, com menos excessos. Entretanto, um estudo publicado na última edição online da revista Neurology, periódico oficial da Academia Americana de Neurologia, demonstrou que as pessoas com enxaqueca têm uma maior chance de apresentar fatores de risco vascular como hipertensão arterial, diabetes e colesterol alto, condições que têm um componente genético, mas que também têm forte associação com hábitos de vida.

O estudo acompanhou mais de onze mil americanos e ainda mostrou que os portadores de enxaqueca têm maior risco de infarto do coração, doença arterial periférica e derrame cerebral, independente de apresentarem fatores de risco vascular. No caso do derrame cerebral, esse risco só foi maior naqueles com enxaqueca com aura, que é quando a enxaqueca é precedida ou acompanhada de sintomas neurológicos como flashes na visão ou alteração da sensibilidade de um lado do corpo.

Esses resultados reforçam ainda mais a idéia de que os médicos devem encarar a enxaqueca como uma condição que vai muito além da dor de cabeça. Ações de prevenção de outras condições clínicas que aumentam o risco vascular devem ser fortemente encorajadas. No caso das mulheres com enxaqueca com aura, essas devem ser orientadas a evitar o uso de pílulas anticoncepcionais que contenham o hormônio estradiol. Cigarro nem em pensamento. Uma questão ainda em aberto é se o tratamento adequado das crises de enxaqueca é capaz de reduzir o risco de doenças vasculares. Que melhora muito a qualidade de vida ninguém tem dúvida.

fonte: Dr. Ricardo Teixeira (IBCNeuro)

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